terça-feira, 15 de novembro de 2011

Banho de chuva


Ó chuva!
Seja bem-vinda
te esperava essa noite
com teu cheiro frio e inconfundível
escondeste o céu de nós,
mas não escondeste a tua intenção.

Molha a mim e a minha amada,
lava nossos corpos,
renova nossas almas,
mata a sede de amor que nos falta.
Não somos tão diferentes de ti em matéria.
Teu espetáculo quase que infinito
nos banha parando o tempo!

Teu urro indecifrável e constante
não é diferente do sussurro do nosso amor:
é inconstante e querendo calor,
castigando cidades, alimentando rios,
fazendo brotar a vida da terra molhada,
dentre sementes escondidas,
da mesma forma que é o nosso prazer prometido.

Ó minha amada,
tire minha roupa molhada,
entremos nesse banho divino,
pois a Lua já não é testemunha
de nossos desejos ardentes,
de nossa falta de raciocínio,
de querer sempre mais e
da insaciável vontade de ficar com um só coração!

Quero mostrar para você
o universo que existe dentro dos teus olhos.
Deixe-me fechá-los
 e assim você verá as estrelas que insistem em piscar,
como se você olhasse através das nuvens
e chegássemos a nos deitar na Lua 
arrancando o prazer dos deuses.

Por favor, não avise quando parar,
pois já quero ter encontrado
as pupilas dilatadas,
a respiração ofegante, 
o cheiro de descanso
envoltos em um abraço feliz.

Obrigado pelo frio!
A minha noite está completa,
pode chover agora sem parar,
só preciso de ti aí fora velando a noite
e o meu amor aqui dentro
de corpos confusos no escuro
e molhados de nossa própria chuva
debaixo das cobertas tão quentes como o Sol.

2 comentários:

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...